Transtorno de Personalidade Narcisista
- Tatiana Moita

- 25 de fev.
- 4 min de leitura

O Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) é caracterizado por um padrão persistente de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. Pessoas com esse transtorno tendem a ter uma visão inflada de si mesmas, acreditando serem superiores e mais especiais do que os outros.
Embora seja natural que todos tenham autoestima e busquem reconhecimento, no TPN essa necessidade ocorre de forma extrema, impactando os relacionamentos interpessoais e dificultando o reconhecimento das próprias falhas.
Principais características do transtorno
1. Sentimento exagerado de importância: Acreditam ser únicas e superiores, esperando tratamento especial.
2. Fantasia de sucesso ilimitado: Têm ilusões de poder, beleza ou inteligência acima da média.
3. Necessidade constante de admiração: Buscam elogios e reconhecimento para validar sua autoimagem.
4. Sentimento de superioridade: Podem menosprezar ou desvalorizar os outros para reafirmar seu status.
5. Falta de empatia: Têm dificuldade em reconhecer e se importar com os sentimentos e necessidades alheias.
6. Exploração interpessoal: Utilizam outras pessoas para alcançar seus próprios objetivos.
7. Sensibilidade extrema a críticas: Apesar da aparência de confiança, podem reagir com raiva ou desprezo quando são contrariadas.
Como isso afeta o dia a dia?
O comportamento narcisista pode dificultar relações interpessoais, pois a necessidade de estar sempre no centro e a dificuldade em reconhecer erros acabam afastando amigos, colegas e parceiros. Pessoas com esse transtorno podem explorar os outros para benefício próprio e se irritar quando não recebem o tratamento que acreditam merecer.
Embora possam demonstrar uma grande autoconfiança, internamente podem ter uma autoestima frágil, que depende da validação externa.
O que NÃO é o Transtorno de Personalidade Narcisista?
• Não é apenas autoestima elevada. Ter autoconfiança é saudável, mas no TPN há um sentimento de grandiosidade que prejudica a relação com os outros.
• Não é apenas gostar de elogios. Todos gostam de reconhecimento, mas no TPN isso se torna uma necessidade constante.
• Não é apenas ambição. Ter ambição é positivo, mas pessoas com TPN podem manipular e desconsiderar os outros para alcançar seus objetivos.
Existe tratamento?
Sim! A terapia é a principal abordagem para ajudar a pessoa a desenvolver maior autoconsciência e melhorar seus relacionamentos. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode auxiliar na regulação emocional e no reconhecimento de padrões prejudiciais de comportamento.
Uma visão mais ampla
Com suporte adequado, pessoas com Transtorno de Personalidade Narcisista podem aprender a construir relações mais saudáveis e a equilibrar sua autoimagem de maneira mais realista.
Abaixo, apresentamos uma história fictícia que ilustra como o Transtorno de Personalidade Narcisista pode se manifestar no cotidiano. A narrativa foi criada para tornar esse transtorno mais compreensível, ajudando na conscientização sobre saúde mental.
É importante ressaltar que esta história é completamente inventada e não se baseia em nenhum caso real. Seu objetivo é apenas exemplificar os desafios enfrentados por quem possui esse transtorno.
Nos próximos textos, continuaremos abordando os diferentes transtornos de personalidade, promovendo conhecimento e empatia sobre saúde mental.
O brilho de Ricardo
Desde cedo, Ricardo sabia que era diferente. Sempre se destacou por sua inteligência e carisma, e acreditava que estava destinado a algo grandioso. Na escola, desprezava colegas que considerava medíocres e fazia questão de ser o centro das atenções.
O encanto e a superioridade
Na faculdade, Ricardo rapidamente conquistou um grupo de admiradores. Sempre bem-vestido e com discursos eloquentes, exibia suas conquistas e fazia questão de lembrar a todos o quanto era excepcional. Se alguém tentava contestá-lo, ele ridicularizava a pessoa ou simplesmente a ignorava.
Nos relacionamentos amorosos, Ricardo era encantador no início. Fazia promessas grandiosas e criava uma aura de perfeição, mas, com o tempo, demonstrava falta de empatia e exigia atenção constante. Se sua parceira não o enaltecia o suficiente, ele perdia o interesse e partia para outra pessoa que o admirasse mais.
O desprezo pelas críticas
No ambiente de trabalho, Ricardo buscava posições de destaque. Se um chefe ou colega apontava algum erro seu, ele reagia com irritação, alegando que estavam apenas com inveja de seu talento. Quando não era reconhecido como esperava, sentia-se injustiçado e começava a desprezar a empresa e os colegas.
Certa vez, após ser preterido para uma promoção, Ricardo espalhou boatos sobre o chefe, tentando desmerecê-lo. Ele não conseguia aceitar que alguém pudesse ser visto como mais competente do que ele.
A fragilidade oculta
Apesar da aparência de confiança, Ricardo tinha uma necessidade constante de validação. Nos momentos de solidão, sentia uma angústia profunda, mas não admitia para ninguém. Sempre que sua grandiosidade era questionada, reagia com raiva ou afastava a pessoa de sua vida.
Com o tempo, começou a perceber que suas relações eram superficiais e que as pessoas se afastavam. Quando finalmente buscou terapia, enfrentou dificuldades para aceitar suas vulnerabilidades. Mas, aos poucos, começou a entender que sua busca por superioridade escondia inseguranças que ele tentava negar.
O que podemos aprender com Ricardo?
A história de Ricardo ilustra como o Transtorno de Personalidade Narcisista pode se manifestar. Embora à primeira vista essas pessoas pareçam confiantes e bem-sucedidas, muitas vezes há uma fragilidade oculta por trás da necessidade de admiração e do desprezo pelos outros.
Com apoio terapêutico, é possível trabalhar essas dificuldades e construir relações mais equilibradas e saudáveis.
Nota Importante
A história apresentada acima é totalmente fictícia. Ela não se baseia em nenhum caso real ou paciente específico. Seu objetivo é ilustrar, de forma acessível, como o Transtorno de Personalidade Narcisista pode se manifestar no cotidiano, promovendo mais compreensão sobre essa condição.
Referência Bibliográfica
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5-TR. 5. ed., texto revisado. Porto Alegre: Artmed, 2023.





















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