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Transtorno de Personalidade Antissocial

  • Foto do escritor: Tatiana Moita
    Tatiana Moita
  • 9 de fev.
  • 6 min de leitura
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O que acontece quando alguém ignora regras sociais, manipula os outros sem remorso e age impulsivamente sem se preocupar com as consequências? O Transtorno de Personalidade Antissocial é uma condição caracterizada por um padrão persistente de desrespeito pelos direitos alheios, falta de empatia e comportamento irresponsável.

 

Pessoas com esse transtorno frequentemente violam normas sociais, mentem, manipulam e podem até cometer atos ilegais sem demonstrar arrependimentos. Embora essa condição esteja frequentemente associada a comportamentos criminosos, nem todas as pessoas que a possuem são violentas; algumas podem ser apenas extremamente manipuladoras e indiferentes ao sofrimento alheio.

 

Principais características do transtorno

 

1. Desrespeito por regras e normas sociais: Pessoas com esse transtorno frequentemente ignoram leis, mentem e manipulam para obter vantagens pessoais.

 

2. Falta de empatia e remorso: Sentem pouca ou nenhuma culpa por prejudicar os outros, justificando suas ações como “parte da vida” ou “necessárias para conseguir o que querem”.

 

3. Comportamento impulsivo e irresponsável: Tendem a agir sem pensar nas consequências, seja em relacionamentos, trabalho ou vida financeira.

 

4. Facilidade para manipular: São muitas vezes encantadoras e convincentes, usando charme para enganar ou explorar os outros.

 

5. Irritabilidade e agressividade: Muitas têm um temperamento explosivo e podem reagir com violência diante de frustrações.

 

Como isso afeta o dia a dia?

 

Pessoas com Transtorno de Personalidade Antissocial podem ter dificuldades para manter empregos ou relacionamentos, pois tendem a desconsiderar compromissos e promessas. Além disso, podem estar envolvidas em atividades ilegais, abuso de substâncias e outros comportamentos de risco.

 

Por outro lado, algumas conseguem esconder bem suas características e se tornam indivíduos altamente funcionais na sociedade, muitas vezes ocupando posições de liderança. Isso ocorre porque podem ser carismáticas e habilidosas em manipular situações a seu favor.

 

O que NÃO é o Transtorno de Personalidade Antissocial?

 

• Não é apenas rebeldia ou desobediência. O TPAS envolve um padrão persistente de desrespeito pelos direitos dos outros, impulsividade e falta de remorso.

 

• Não é sinônimo de psicopatia. Embora muitos indivíduos com psicopatia atendam aos critérios para TPAS, a psicopatia não é oficialmente um diagnóstico no DSM-5-TR. A psicopatia envolve características adicionais, como frieza emocional, charme superficial e manipulação extrema. O DSM-5-TR reconhece que algumas pessoas com TPAS apresentam traços psicopáticos mais acentuados, mas nem todas.

 

• Não é causado apenas pelo ambiente. Embora fatores sociais possam influenciar o desenvolvimento do transtorno, aspectos genéticos e neurobiológicos também desempenham um papel importante.

 

Existe tratamento?

 

O Transtorno de Personalidade Antissocial é um dos mais difíceis de tratar, pois muitas pessoas que o possuem não reconhecem que têm um problema. No entanto, em alguns casos, a terapia pode ajudar a desenvolver um maior controle sobre impulsos e comportamentos destrutivos.

 

Além disso, em situações específicas, certos medicamentos podem ser usados para controlar sintomas como agressividade e impulsividade.

 

Uma visão mais ampla

 

É importante lembrar que, apesar do impacto desse transtorno na sociedade, nem todas as pessoas com Transtorno de Personalidade Antissocial são criminosas violentas. Algumas podem simplesmente apresentar um padrão persistente de irresponsabilidade, manipulação e falta de consideração pelos outros.



Curiosidade

 

Este texto foi elaborado com base nas diretrizes do DSM-5-TR, mas adaptado para um público leigo, garantindo uma linguagem acessível sem perder a fidelidade às características diagnósticas.

 

Ele cobre os principais critérios do Transtorno de Personalidade Antissocial, incluindo:

 

✔ Padrão persistente de desrespeito pelos direitos dos outros.

✔ Falta de empatia e remorso.

✔ Impulsividade e irresponsabilidade.

✔ Manipulação e comportamento enganoso.

✔ Possível envolvimento em comportamentos criminosos, mas sem generalizações.

 

No DSM-5-TR, o Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) e a psicopatia não são tratados como sinônimos, mas há uma relação entre eles. O manual não diz explicitamente que o TPAS não é psicopatia, mas faz uma distinção importante:

 

• O DSM-5-TR define o TPAS como um padrão persistente de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que começa na adolescência e continua na vida adulta. Os critérios incluem impulsividade, irresponsabilidade, engano, falta de remorso e comportamento agressivo.

 

• A psicopatia, por outro lado, é um conceito mais amplo, frequentemente associado a características como frieza emocional, charme superficial e ausência total de culpa. A psicopatia é mais explorada em instrumentos como a Escala de Psicopatia de Hare (PCL-R), usada em contextos forenses.

 

No DSM-5-TR, há um modelo alternativo de transtorno de personalidade que permite avaliar traços psicopáticos dentro do TPAS. Esse modelo inclui traços como falta de ansiedade, manipulação extrema e insensibilidade emocional, características mais próximas da psicopatia.

 

Ou seja, todo psicopata se encaixa nos critérios do TPAS, mas nem todo indivíduo com TPAS é psicopata. A psicopatia seria um subtipo mais severo dentro do espectro do TPAS.



Abaixo, apresentamos uma história fictícia criada para ilustrar como o Transtorno de Personalidade Antissocial pode se manifestar no dia a dia. A narrativa foi desenvolvida para tornar mais compreensível esse transtorno e seus desafios, ajudando a ampliar a empatia e o entendimento sobre saúde mental.

 

É importante destacar que essa história é totalmente inventada e não se baseia em nenhum caso real. Ela serve apenas como um exemplo hipotético para auxiliar na compreensão do transtorno.

 

Nos próximos textos, continuaremos explorando os diferentes transtornos de personalidade, promovendo conhecimento e empatia sobre saúde mental.



O jogo de Daniel: um exemplo de Transtorno de Personalidade Antissocial

 

Desde pequeno, Daniel sempre soube como conseguir o que queria. Com um sorriso no rosto e palavras persuasivas, ele convencia os colegas a darem seus brinquedos ou a encobrir suas travessuras. Para ele, regras eram apenas obstáculos a serem contornados.

 

A ascensão de Daniel

 

Na juventude, Daniel rapidamente percebeu que seu talento para manipular pessoas poderia lhe trazer grandes vantagens. Conseguiu empregos sem experiência, convencendo os entrevistadores de que era o candidato ideal. Pegava dinheiro emprestado e nunca devolvia. Quando alguém cobrava, dizia que era um mal-entendido ou simplesmente sumia.

 

Seu charme o ajudava a conquistar parceiros românticos com facilidade. No início, era atencioso e encantador, mas, com o tempo, tornava-se frio e distante. Se fosse descoberto mentindo ou traindo, culpava a outra pessoa por ser paranoica ou insegura.

 

Mentiras e manipulações

 

Certa vez, Daniel conseguiu um cargo em uma empresa e logo percebeu oportunidades para se beneficiar. Ele manipulava colegas para que assumissem suas responsabilidades enquanto levava o crédito pelo trabalho. Também fazia acordos vantajosos para si, desviando recursos sem que ninguém percebesse.

 

Quando um colega desconfiou e começou a investigar, Daniel rapidamente inverteu a situação. Disse ao chefe que o colega estava tentando prejudicá-lo por inveja. Com sua habilidade de manipular, convenceu todos de que era inocente e fez com que o outro fosse demitido.

 

Falta de empatia e arrependimento

 

Diferente da maioria das pessoas, Daniel não sentia culpa ou remorso. Para ele, os outros eram peças em um tabuleiro, e sua única preocupação era vencer o jogo.

 

Certa vez, sua mãe precisou de ajuda financeira para pagar uma conta médica. Daniel prometeu ajudar, mas nunca fez nada. Quando confrontado, apenas riu e disse: “Você devia ter se planejado melhor.”

 

Um erro e uma reviravolta

 

Por anos, Daniel conseguiu escapar das consequências de suas ações. Mas, um dia, sua sorte mudou. Tentando aplicar um golpe maior, acabou sendo pego em uma fraude. Diante de provas incontestáveis, foi preso.

 

No tribunal, tentou manipular o juiz e os advogados com seu discurso envolvente, mas dessa vez não funcionou. Recebeu uma sentença e, pela primeira vez, percebeu que havia ido longe demais.

 

Ainda assim, no fundo, ele não se sentia culpado pelo que havia feito. Apenas lamentava ter sido pego.

 

O que podemos aprender com Daniel?

 

A história de Daniel nos ajuda a entender como o Transtorno de Personalidade Antissocial pode se manifestar na vida real. Embora algumas pessoas com esse transtorno possam cometer crimes, outras simplesmente manipulam e exploram os outros sem escrúpulos.

 

Essa condição é complexa e desafiadora, tanto para quem a possui quanto para aqueles ao seu redor. Compreender o transtorno ajuda a identificar padrões prejudiciais e a lidar melhor com essas situações.



Nota Importante

 

A história apresentada acima é completamente fictícia. Não se baseia em nenhum caso real ou paciente específico. Seu objetivo é ilustrar, de forma simples e acessível, como o Transtorno de Personalidade Antissocial pode se manifestar no cotidiano, ajudando os leitores a entenderem melhor essa condição.



Referência Bibliográfica

 

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5-TR. 5. ed., texto revisado. Porto Alegre: Artmed, 2023.


 
 
 

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