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Entre o recomeço e o fim: sobre a finitude e os ciclos da vida

  • Foto do escritor: Tatiana Moita
    Tatiana Moita
  • 12 de nov.
  • 2 min de leitura
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Finitude é uma palavra que, sozinha, já carrega um peso. Ela fala de fim, de perda, de despedida. E, ainda assim, é parte essencial da vida.

Vivemos tentando controlar o que é incontrolável, tentando segurar o que precisa ir, tentando prever o que é impossível prever. E quando a vida nos lembra da nossa impermanência, seja através da perda de alguém que amamos, da doença de quem é importante, ou dos pequenos lutos cotidianos, parece que o chão se abre.

Há momentos em que sentimos que a dor já se acomodou dentro da gente, que ela encontrou um canto mais silencioso para existir. E, de repente, ela volta. Vem em forma de lembrança, de data, de cheiro, de música. Vem como uma maré que nos alcança outra vez, convidando-nos a olhar de novo para aquilo que ainda vive em nós.

E tudo bem. Porque o luto, e aqui falo de todos eles, os que têm nome e os que não têm, não é uma linha reta. Ele é um movimento, um ir e vir, um convite (ainda que doloroso) para olhar de novo para aquilo que é essencial.

A verdade é que viver é, em muitos sentidos, lidar com perdas constantes.

Perdemos pessoas, perdemos versões de nós mesmos, perdemos certezas. E, entre um fim e outro, tentamos nos reinventar.

Há dias em que conseguimos ser fortes, e há dias em que simplesmente não dá. Em que o corpo pesa, o coração cansa e a cabeça só quer silêncio. E, nesses dias, talvez o mais importante seja permitir-se sentir. Sem precisar provar nada a ninguém, nem a nós mesmos.

A resiliência de que tanto se fala não é sobre resistir o tempo todo, mas sobre continuar, mesmo que devagar. É sobre reconhecer a dor, acolhê-la, e ainda assim dar um passo, pequeno, trêmulo, mas seu.

Ser forte não é estar imune às quedas. É levantar, tantas vezes quanto for preciso. E, quando não der para levantar, é permitir-se ficar no chão por um tempo, até que o corpo e a alma se reorganizem para seguir.

A vida nos pede coragem. Coragem para perder, para mudar, para continuar.

E, nesse caminho, talvez o mais bonito seja perceber que não estamos sozinhos. Que todos, em algum momento, enfrentam seus próprios abismos, e que é justamente essa vulnerabilidade que nos conecta.

Finitude não é só sobre o fim, é também sobre o valor que damos ao tempo, às pessoas, às pequenas coisas. É sobre entender que cada instante é um convite para estar presente.

E, mesmo entre os altos e baixos, entre as dores e os recomeços, há sempre a possibilidade de florescer. De novo.

 
 
 

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