Aprendendo a Viver com a Dor do Luto: Uma Jornada de Amor e Resiliência
- Tatiana Moita

- 25 de ago. de 2024
- 4 min de leitura

Convido vocês a lerem este texto para compreender o impacto profundo do luto. Em seguida, descubram a reflexão sobre como essa dor se transforma em força e propósito, além de entender o motivo pelo qual decidi compartilhar esse conteúdo no blog neste final de domingo.
“O luto é uma estrada solitária. Ninguém te fala que, no fundo, ele é um sentimento só nosso. Quanto mais a dor nos abraça, mais nos isolamos, porque parece que ninguém realmente entende o que estamos passando. Qualquer coisa, por menor que seja, se torna um gatilho, porque a nossa dor é constante, e o sofrimento é para sempre. A gente se sente tão sozinho, tão desamparado, que a vontade de sumir aparece. E então, começamos a acreditar que estamos incomodando os outros com nossa tristeza, que estamos atrapalhando a vida de quem não sente a mesma dor. E é por isso que nos isolamos mais e mais, porque não queremos ser um peso. As pessoas confundem essa dor com drama, mas não é. Não é drama, é um sofrimento real, profundo e devastador. A falta que sinto do meu filho é enorme, e esse vazio está me destruindo. O amor que tinha por ele era imenso, e lidar com essa ausência está acabando comigo. Eu me sinto tão sozinha que, às vezes, parece que nada faz sentido.
Mesmo em dias em que nos sentimos assim, existe uma força dentro de nós que nos faz levantar e tentar sobreviver mais uma vez, vivendo a vida como ela precisa ser vivida. O luto é um ciclo, um looping constante de altos e baixos. As pessoas precisam entender que, quando não estamos bem, simplesmente não estamos bem. E isso precisa ser aceito, porque está tudo bem não estar bem. Essa dor é algo que ninguém pode tirar de nós, porque não tem como, é uma ausência que nunca mais será preenchida. Mas eu quero que saibam que não é preciso se preocupar. Hoje estou assim, mas amanhã posso melhorar, e é assim que vou vivendo o resto dos meus dias, nesse vai e vem. E mesmo nesses momentos de escuridão, quero que todos os meus familiares e as pessoas ao meu redor saibam que eu os amo profundamente. Esse amor é o que me fortalece todos os dias, é o que me dá forças para sair da cama e continuar. É esse amor que me ajuda a voltar a viver, mesmo que o peso do luto sempre esteja presente.”
Escrevi essas palavras para minha família neste final de semana, para aqueles que amo profundamente. Às vezes, é difícil expressar o que realmente sentimos verbalmente, especialmente quando as palavras parecem insuficientes para capturar a intensidade da dor. Neste final de semana, o luto pela perda do meu filho me atingiu com uma força devastadora, como uma onda que arrasta tudo em seu caminho. É uma dor que, em muitos momentos, parece maior do que eu posso suportar. Mas, mesmo nesses momentos, a presença da minha família, das pessoas que amo e que me amam, me lembra que não estou sozinha.
O luto é assim: ele nos derruba, nos paralisa, nos faz sentir intensamente essa dor incontrolável. Mas também nos ensina que, depois da tempestade, sempre vem um novo dia. Escrevi esse texto para que minha família possa entender um pouco mais sobre como me sinto quando o luto se manifesta com toda sua força. Quero que compreendam a profundidade do que estou vivendo e saibam que, mesmo nos momentos mais difíceis, ainda encontro forças para voltar às minhas atividades, para fazer o que amo, para continuar vivendo.
Compartilho essas palavras como uma forma de expressar o que, muitas vezes, as palavras sozinhas não conseguem transmitir. Não só para que minha família compreenda, mas para que todas as pessoas que estão passando por um luto, especialmente o luto parental, saibam que, apesar de tudo, sigo lutando para seguir em frente. E que elas não estão sozinhas, pois está tudo bem em não estar bem.
Achei importante dividir essa experiência no meu blog, para que todos possam entender um pouco mais sobre quem eu sou e o que estou enfrentando. A dor pela perda do meu filho não diminui minha capacidade profissional; ao contrário, ela se transforma em uma força profunda que impulsiona meu propósito. Essa dor me dá a coragem e a determinação necessárias para continuar e para ajudar outras pessoas a encontrarem sua própria forma de elaboração e crescimento.
“O luto é uma experiência profundamente pessoal e única para cada um, moldada pelos tipos de perda e pelo vínculo que tínhamos com quem se foi. Todos somos humanos e, em algum momento, enfrentaremos essa dor de maneiras diferentes. Compartilhar essas experiências é fundamental para romper o estigma que desencoraja a fala sobre o luto, como se mencioná-lo atraísse algo negativo. Somos todos humanos, profissionais ou não, e é importante revelar essas vivências para mostrar que, mesmo após o sofrimento, permanecemos aqui com a missão de ajudar aqueles que enfrentam desafios semelhantes. A vida continua, e aprendemos a viver de novo, com o amor pelo ente querido sempre guardado dentro de nós. Esse amor é uma parte de nós que ninguém pode tirar, e é nele que encontramos a força para seguir em frente. A dor sempre permanecerá, mas aprenderemos a conviver com ela.”
Agradeço de coração a todos os leitores que me acompanham e permitem que eu compartilhe um pouco da minha jornada. Saibam que estou aqui para ajudá-los também, pois juntos podemos encontrar forças para seguir em frente. Sua presença e apoio são inestimáveis para mim.





















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Escrever sobre o meu luto é sempre um desafio, mas também uma forma de encontrar sentido na dor. Esse texto nasceu da minha própria jornada, de vivências que me ensinaram que o luto é, antes de tudo, uma expressão do amor que permanece e que jamais morrerá, pois meu filho vive dentro de mim. Espero que, de alguma forma, essas palavras possam oferecer conforto e encorajamento para quem também enfrenta essa difícil caminhada. Estamos todos juntos nessa jornada de amor e resiliência.