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A Dor de Perder um Filho: Vivendo com a Ausência e o Amor Eterno

  • Foto do escritor: Tatiana Moita
    Tatiana Moita
  • 7 de out. de 2024
  • 5 min de leitura

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Meu amor...minha vida... meu tudo



Resolvi compartilhar esse relato no meu blog, porque ontem fez 2 anos e 9 meses que ele partiu, mas que parece que foi ontem essa partida, e porque sei que muitas mães, assim como eu, enfrentam a dor devastadora de perder um filho. Muitas dessas mães, porém, não têm uma palavra de apoio, não têm uma família ou uma rede sólida que as acolha e as ampare. Muitas vezes, somos vistas como um estereótipo de sofrimento, como se o nosso luto fosse algo que afasta as pessoas, algo difícil de lidar ou de entender. E é exatamente essa incompreensão que nos isola ainda mais.

 

Eu quero que as pessoas compreendam que viver com essa dor é uma parte da nossa nova realidade, e que é normal conviver com a dor eterna. Essa dor, que chega a ser física de tão intensa, é algo que jamais desejamos que os outros experimentem. Escrevo porque encontrei nas palavras uma forma de colocar para fora aquilo que, muitas vezes, não consigo dizer em voz alta sem me quebrar. Falar sobre a perda do meu filho é sempre um desafio, mas escrever me dá a chance de desabafar e, quem sabe, ajudar outras mães que passam pela mesma situação.

 

Quero que você, que lê este texto e enfrenta essa mesma dor, saiba que não está sozinha. Eu estou aqui, com a minha dor, com o meu luto, mas também com a minha força, porque sei exatamente o que você sente. Se precisar de alguém para conversar, desabafar ou simplesmente compartilhar a memória do seu filho, estou aqui. Falar deles é um momento de luz para nós, mães que passamos por essa perda. Nossos filhos sempre serão nossos amores, nossos pilares. E, de repente, nos vemos sem eles, e o chão parece desaparecer.

 

Aprender a viver de novo sem essa presença física é um desafio imenso. Mas estou aqui, disposta a ser uma voz amiga, para que você não se sinta sozinha nessa caminhada. Porque juntas, podemos transformar essa dor em algo que nos dê forças para continuar.

 

A falta que eu sinto do meu filho é indescritível. É uma dor que atravessa o peito de forma tão brutal que, em alguns dias, a vontade de viver simplesmente desaparece. Ele era tudo para mim, meu mundo, meu propósito. Tudo o que eu fazia na minha vida tinha ele como razão. E, de repente, o tiraram de mim, ceifaram a vida do meu filho. Ele levou com ele todo o amor que eu tinha. Porque ele era o único amor da minha vida. E agora, sem ele, estou sozinha nesse sofrimento.

 

Eu sinto a necessidade de fazer algo para honrar a memória dele, como se isso pudesse, de alguma forma, aliviar a dor. É por isso que eu me dedico tanto à psicologia, tentando ajudar pessoas que também enfrentam dores tão profundas como a que eu estou passando. Mas o luto é cruel. Esses altos e baixos vêm sem aviso e, quando chegam, te esmagam de uma forma avassaladora. É uma dor que te arranca o chão, te deixa em desespero. A saudade de saber que nunca mais vou vê-lo, abraçá-lo… ninguém consegue entender essa dor, a não ser quem já passou por isso.

 

Eu só queria que as pessoas entendessem isso. Que não me julgassem por estar sofrendo, porque essa dor, eu não desejo para ninguém. Nunca! Podem passar anos, mas ela vai sempre estar aqui. Claro, às vezes, eu consigo seguir, me sinto bem. Mas, de repente, sem aviso, a dor volta com força, e é devastadora. Só consigo pensar: por quê? Por que o meu filho? Ele era tão bom, tão íntegro, um guri que nunca fez mal a ninguém. E essa doença maldita (câncer) o levou de mim. Eu não consigo aceitar isso.

 

Queria poder estar com ele, mas eu sei que não posso. E é essa a parte mais difícil de aceitar. A dor me consome, mas eu sei que, de algum modo, amanhã vai ser outro dia. Eu vou voltar para os meus afazeres, tentar seguir em frente e continuar honrando a memória dele da melhor forma que posso. Mas quando a dor volta, é insuportável. E, por mais que eu tente diminuir o peso, não consigo. A saudade é absurda.

 

Eu só queria meu filho de volta. Queria poder abraçá-lo de novo, sentir seu cheiro, ouvir sua voz me chamando de “mom”. A ausência dele é insuportável, e isso destrói por dentro. Amanhã será um novo dia, e eu vou tentar continuar vivendo. Mas a verdade é que minha vida nunca mais será normal. Desde que ele se foi, tudo mudou, e eu preciso aprender a viver com essa ausência.

 

Eu sei que dias melhores virão, mas também sei que sempre haverá momentos como o de ontem, como o de hoje. Momentos de dor profunda. Eu só peço que não me julguem nos dias em que não estou bem. Porque perder um filho é a pior dor do mundo. Não há nada que se compare a isso.

 

Sentir tudo isso é normal. A dor que vem em ondas, os altos e baixos, o desespero que toma conta em certos momentos, tudo isso faz parte da caminhada de quem perdeu um filho. Não existe um manual para viver o luto, especialmente quando o ciclo da vida é interrompido de maneira tão abrupta. Quando um filho parte antes de sua mãe ou seu pai, isso quebra a ordem natural da vida, e é impossível encontrar uma maneira única ou “correta” de enfrentar esse vazio.

 

Cada um de nós, que passa por essa perda, vive o luto de uma forma única. Não há regras, nem cronogramas, porque nada sobre essa situação é esperado ou natural. É um pedaço da nossa alma que se vai, deixando um buraco que nunca se preenche. E é por isso que sentir essa tristeza avassaladora de tempos em tempos é mais do que o normal.

 

Nossos filhos eram nossos amores, nossa razão de viver. Eles ocupavam um espaço imenso em nossas vidas e, quando se foram, deixaram uma ausência que ecoa todos os dias. Por isso, está tudo bem não estar bem em certos dias. Está tudo bem se, em alguns momentos, a dor parece insuportável. Está tudo bem se nos sentimos perdidos, sem rumo. Isso não é fraqueza. É amor! Um amor que continua existindo, mesmo na ausência.

 

Que possamos nos lembrar de que, mesmo em meio a essa escuridão, nossos filhos sempre serão a luz que ilumina nosso caminho. E, em meio aos dias difíceis, é importante saber que não estamos sozinhos. Sentir é parte do processo, e está tudo bem. Assim como nossos filhos eram únicos e insubstituíveis, o luto por eles também é único, e devemos nos permitir vivê-lo, em toda a sua intensidade.

 
 
 

4 comentários

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Convidado:
07 de out. de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Explicar o inexplicável...dolorido, intenso, eterno..

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Tatiana Moita
Tatiana Moita
09 de out. de 2024
Respondendo a

Não há dor maior no mundo 💔😔😭

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Convidado:
07 de out. de 2024

Nossa, Tati! Sempre me emociono quando leio suas postagens! 😉

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Tatiana Moita
Tatiana Moita
07 de out. de 2024
Respondendo a

Obrigada pelo carinho! Mas esse é o tipo de postagem que não gostaria de ter 💔😢😔

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Olá, que bom ver você por aqui!

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