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20 de Setembro: Uma Homenagem ao Povo Gaúcho e às Vítimas da Enchente de Maio

  • Foto do escritor: Tatiana Moita
    Tatiana Moita
  • 20 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

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“Hoje, ao escrever essas palavras, não posso deixar de lembrar do meu pai. Aos 74 anos, ele passou por algo que nenhum de nós esperava: perder tudo o que construiu ao longo da vida. A enchente de maio nos atingiu de formas diferentes, mas enquanto minha rua e meu prédio foram afetados, ele perdeu absolutamente tudo. Foram dois meses difíceis, onde estivemos lado a lado, tentando reconstruir o que a água levou. E, nesse tempo, eu vi uma força nele que me comoveu profundamente.

Apesar da idade e de todas as dificuldades, meu pai se levantou com uma coragem que eu não sei se teria. Sua resiliência, sua determinação em começar de novo, me ensinaram o verdadeiro significado de força. E é por isso que escrevo este texto hoje, para homenagear não apenas o povo gaúcho, mas a força pessoal, íntima, que vi de perto em meu pai. Ele, mais do que nunca, me mostrou que, mesmo nas piores tempestades, é possível recomeçar.”

 

Hoje, 20 de setembro, celebramos a Revolução Farroupilha, uma data de imenso valor para nós, gaúchos, que simboliza luta, coragem e resiliência. No entanto, este ano, essa data assume um significado ainda mais profundo. Não apenas relembramos os ideais de liberdade e bravura do nosso passado, mas também olhamos para o presente, prestando uma homenagem a todos aqueles que foram duramente impactados pela enchente de maio.

 

A força do povo gaúcho, que tanto se destacou nas batalhas históricas, agora se reflete em cada indivíduo que enfrenta as marcas deixadas por essa catástrofe. Perdas de vidas, casas e bens não representam apenas danos materiais, mas também feridas emocionais e psicológicas profundas. O luto por tudo o que foi perdido é real, e a dor causada por uma tragédia assim vai além do que os olhos podem ver. É um processo que, muitas vezes, precisa ser reconhecido e acolhido.

 

A psicologia nos ensina que, assim como a Revolução Farroupilha foi uma luta longa e árdua, o enfrentamento das consequências desse trauma também será. Mas, assim como nossos antepassados ergueram suas bandeiras com determinação, cada um que sofreu essa perda carrega dentro de si a mesma coragem, mesmo que não perceba de imediato. O luto, seja pela perda de entes queridos, do lar ou de uma vida que conhecíamos, é um processo que merece ser vivenciado com respeito e apoio.

 

Nesses momentos, a busca por ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de força. O povo gaúcho, que sempre foi conhecido por sua fibra, também pode encontrar na união, na terapia e no acolhimento psicológico um caminho para se reconstruir. Que essa Revolução Farroupilha seja uma data não apenas de lembrança, mas de esperança, para que, assim como os ideais de liberdade nos guiaram no passado, o ideal de superação nos guie hoje.

 

A todos aqueles que sofrem ou sofreram com as consequências dessa enchente, nossa homenagem, respeito e solidariedade. Que possamos seguir em frente, juntos, honrando o espírito gaúcho de luta e resiliência, e reconhecendo que o cuidado com a saúde mental é tão essencial quanto qualquer outra batalha que enfrentemos.

 

“Que neste 20 de setembro, ao lembrarmos das batalhas que moldaram nossa história, possamos também refletir sobre as lutas silenciosas que travamos todos os dias. A força de um povo não se mede apenas pelas suas vitórias no campo de batalha, mas também pela sua capacidade de se reerguer após a perda, de reconstruir o que foi destruído e de encontrar, mesmo nas águas da adversidade, uma nova maneira de viver. A verdadeira coragem está em pedir ajuda, em acolher a dor e, sobretudo, em acreditar que, por mais devastadora que seja a tempestade, sempre haverá um novo amanhecer.”

 
 
 

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